4/17/2008

Hoje é Dia de Sofá (Babel)


A torre de babel é retratada na Bíblia como a origem das diferentes línguas, depois que Deus temeroso da construção de uma torre que tinha finalidade chegar ao céu, decidiu confundir os construtures concedendo a cada um uma língua diferente. Assim se dispersaram no mundo criando raças, culturas diferentes. Longe de mim ser religioso mas a premissa é realmente interessante. E mais ainda se você multiplicar essa idéia de diversidade pelos mais de 6 bilhões de habitantes do mundo. Sim , é assustador. E a partir dessa tentativa de ser compreendido no mundo atual que o cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu entrança uma rede de histórias de pessoas que muitas vezes nem parecem estar ligadas. O fio realmente é invisível mas nem por isso deixa de ser palpável.

Há o casal de turistas estrangeiros que tentam numa excursão reatar um relacionamento deteriorado, como se arrodeado por estranhos fossem minimizar o quão estranhos já eram um para o outro. Há uma estudante japonesa surda que se vê incluída no mundo-máquina japonês, mas não no mundo-sentimento (que vale uma cena incrível numa boate na qual é envolvida pelo encantamento de sentir algo, mesmo que não seja pela audição). Há a imigrante mexicana que passa mais de dez anos construindo sua vida nos EUA e vê se diluindo em poucas horas (que rende uma das cenas mais emocionantes e melhor interpretação, no meio de um elenco formidável). Todos querem ser ouvidos-entendidos-representados. E há ainda outras histórias num filme magnífico que demonstra o quão é tênue e frágil a linha que liga nós todos. Sim, ela nos liga, mesmo que não consigamos entender nem nos conhecer tão bem.
Babel, 2006. De Alejandro González Iñárritu. Com Brad Pitt, Cate Blanchett, Mohamed Akhzam.

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