8/28/2006

Lágrimas Sob a Capa


Pode chorar pobre garoto
Ninguém está aqui
Estes olhos não me enganam
Só há tristeza
Mas ninguém percebe
Não era isso que você queria
Chore
Não se esconda atrás da capa
Ela não te faz melhorar
Esconder não é sarar
Jogue a capa
Não esconda o choro
Quem sabe alguém te ajude
Mas não esqueça
Que você já sabe o que fazer
Sei de seu medo
E você já percebeu
Que a hora está chegando
Mas por enquanto
Chore

8/26/2006

Espera

O raio de Sol
Ainda vai surgir
Espero que não demore
Espero que ainda eu esteja a espera
Espero que não me esqueça
Que preciso dele
Para me esquentar
Para ver um pouco
A minha volta
A minha frente
Me ver

Então percebo
Que talvez
Ele não chegará
Que nem ao menos
O sol existe
De onde então virão os raios?
não virão
E vou continuar no frio
Sem enxergar um palmo
A frente
Atrás
E um sentimento de aconchego
Frio
Escuro
Casa
Eu

De tudo você poderá me culpar
Mas por favor
Não diga
Que não esperei o Sol
Pra mim está claro
Ele é que não esperou
Por mim

8/20/2006

Hoje é Dia de Sofá ( Dançando no Escuro)


Dançando no Escuro" ("Dancer in the dark", Dir. Lars Von Trier, França, 2000).
Depois de muito tempo consegui assistir um filme do badalado Lars Von Trier. E não é que foi uma ótima experiência? Mistura de drama com musical, este filme surpreende. Selma tem uma doença degenerativa que vai a deixando cega. Do mesmo mal sofre seu filho. Sai da Tchecoslóvaquia para os EUA em busca de tratamento para ele. Ela não se perdoa por ter "passado" tal doença para o filho. Trabalhando numa fábrica na qual economiza cada centavo, se perde, sonhando acordada. De repente sua vida tão sofrida, transforma-se nos musicais que tanto ama, a partir dos simples sons da máquina ou de um trem que passa. Mas aí vem uma enxurrada de injustiças. Até lembrando agora já me pego chorando. Inesquecível, quando no corredor da morte não consegue dar nenhum passo, afinal naquela prisão nenhum ruído tem que a lembrasse de música. Então a policial começa a marchar barulhentamente para que ela se imaginasse num musical. Só então caminha para seu destino. Aí vem aquela frase pra matar qualquer um:"Eles dizem que é a última música, mas eles não nos conhecem. Será apenas a última música se nós deixarmos ser". Aí desabei a chorar. Sim... Que interpretação é aquela de Bjork hein?...SHow.

Marcadores: , ,

8/16/2006

O NOVO


O ser humano tem a incrível habilidade de se adaptar às mais diversas situações seja biológica ou psicologicamente. Mas isso não impede de que a cada nova iminência de mudança encha-se de dúvidas e receios que algumas vezes pode até o impedir de dar um próximo passo. Mas há como superar estes temores?
Às vezes, não se trata de planos mirabolantes, nem grandes sacrifícios, mas pode até ser uma única frase, que relutamos em expelir. Ou um tipo de roupa que queremos usar. Ou um NÂO bem redondo ao invés de um SIM submisso. Claro: pequenas coisas, quando escritas assim, mas para quem vive o dilema, difícil de resolver. Pequenas coisas que mudarão toda uma conduta e que trarão consigo um novo caminho a se trilhar.
Bem, vejamos: se um raio cai em sua casa e a incendeia, haverá medo, pavor, tanto da situação presente como da que está por vir ( onde vamos morar?). Já se você decide: “este não sou eu, a partir de agora deixarei de ser apenas o que outros esperam de mim!”, há uma situação totalmente diferente quanto ao futuro. Este futuro é previsível por um simples motivo: você é que criará a situação, portanto ela está em suas mãos.
Então o medo não é exatamente do que está por vir, mas de como sairemos daquela situação confortável, pra uma real mudança. Mas como? Não era uma situação desagradável, inquietante? Não! Desagradável é perceber que daquilo que você tentará se afastar é onde está a sua atual base. Inquietante é perceber que na nova situação que você quer criar, você será o único responsável pelo que der errado.
Enfim, não temos medo do novo, mas da falta de comodidade, de companhia que tudo aquilo irá trazer. Afinal se sua paisagem continua a mesma quando você pensa que fez alguma mudança, então jogue o mapa fora! Quando você perceber que nunca passou por aqueles lugares, nunca viu aquela flor ou nunca a enxergou daquele modo, é porque está perdido. Perdido? Sim! Mas muito mais perto de se encontrar. Criando o próprio caminho.Ou pensava que ia ser fácil?....

8/05/2006

Maria


Então ela pulou

Nada mais fazia sentido
Ou o sentido que havia tomado
Não fazia sentido
Mas o que importava agora?

O chão se aproximava

Só queria um pouco de amor
Dor pra contrabalancear
Não para ser onipresente
Alguém pra conversar

Ela se aproximava do chão

Onde estava ela?
No momento que tão precisava
Problema de si mesma
Inimiga de si mesma

O chão

Percebeu que isso não fazia sentido
Que o antes também não
Mas... e o depois, faria?
Não haveria mais como saber