O Belo e o Sujo

Fofo! Sei que esse não seria um adjetivo que dignificaria um filme, mas esse é o que vem a minha cabeça ao assistir Pequena Miss Sunshine. Parece uma fábula moderna, que não inclui fadas, duendes ou montros. Mas sim pessoas reais, que tentaram suicídio, viciadas, o filho problema, o avô encosto, o pai derrotado, a mãe-mãe e a filha de 7 anos que parece ser a linha tênue que ainda liga essa família desestruturada. "- eu vou participar do concurso!!", ok você sabe que ela não tem chances num concurso de beleza, mas sua felicidade é tão contagiante que você percebe que ela tem que chegar lá, tentar e ser quem ela realmente é: um espelho de sua família excêntrica, que mesmo com seus defeitos tão expostos, têm um brilho e beleza que não demora muito para percebermos. E como toda fábula, com seu final-moral. Percebe? Fofo!
...
Nojento! queria ser criativo nessa continuação do post, mas essa palavra me veio a mente.
Perfume, a história de um assassino.Baseado num best-seller alemão, o diretor teve um trabalho difícil: como transformar o tão bem descrito mal-cheiro que transborda em todo o livro. Ele recorreu ao mais fácil, o visual. Paris antiga fede, com suas ruas imundas, pessoas suadas, lixo por todo lugar. Mas algo fede mais: as pessoas. E mesmo com um protagonista psicopata, você percebe que ele não é tão diferente dos mal-cheirosos que o cercam. Dotado de um dom peculiar (um olfato aguçadissimo, que faz distinguir todos os cheiros possiveis, como vidro!, por exemplo), ele acaba trabalhando para um perfumista, fazendo a riqueza deste mesmo sem levar os "ouros". Mas sua finalidade não era a riqueza ou poder. Ele so queria um perfume especial, "o" perfume, só isso. Nada mal, se não fosse o que ele faz para conseguir seu intento. Belíssimo...digo, feíssimo!

Marcadores: cinema, miss sunshine, perfume